segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Protesto MPL (Movimento Passe Livre) Dia 13 de Julho 2013.



O 4º ato contra o aumento no preço do transporte público ocorreu numa quinta feira, dia 13 de julho,  convocado pelo MPL. O ponto de encontro era o Teatro Municipal de São Paulo. Este ato seria marcado por uma violência extrema por parte da Tropa de Choque. No local da foto abaixo, Praça do Patriarca a Policia Militar já havia detido mais de 20 manifestantes, sendo um deles preso por "Porte ilegal de ... Vinagre". O repórter da revista Carta Capital, Piero Locatell foi conduzido a delegacia para averiguação de uma substancia suspeita. O vinagre é usado para aliviar os efeitos do gás lacrimogêneo. Mas a policia afirma que o liquido pode ser usado na fabricação de bombas. (Sim isso é verdade, misture Vinagre e Bicarbonato de Sódio e veja metade do continente sumir do mapa).
Othon Palace - Praça do Patriarca, local de concentração da PM

   Após o episódio da prisão do repórter, que foi liberado poucas horas depois, os protestos ficaram conhecidos como "V de Vinagre".

  Concentração em frente ao Teatro Municipal, muita gente ia chegando e a Mídia Corporativista buscava rostos bonitos para entrevistar.
"Dilma não queremos suas esmolas, invista em transporte saúde educação e não no bolso de ladrão"
Já eram por volta de sete da noite, o barulho enchia a área ao redor do Teatro Municipal, um ar de revolução talvez,? Foi a primeira vez que ví uma grande maioria de gente da periferia, gente com cartazes sérios e engajada mesmo naquilo, gente que a lente das câmeras da imprensa evita a todo custo. Enquanto o povo gritava "Ei, Datena, tomar-no-cú" (Nesses dias a Mídia ainda nos taxava como vagabundos e vândalos), gritavam ainda  "o povo não é bobo, abaixo a rede globo" e não davam paz aos repórteres que buscavam moldar as entrevista de acordo com os interesses da elite conservadora.
Enquanto os "lideres" do protesto se reuniam para acetar os detalhes finais a multidão ia aumentando.
É provável que houvesse aqui umas 10 mil pessoas, é difícil saber exatamente por que a estatística oficial estava com uma margem de erro de 90% (para menos).
Na foto acima é possível ver algumas bandeiras vermelhas, eram do PT,  mais uma vez aquela ladainha, de um lado os Anti-partidos e de outro os "Anti-facismo" e caras-de-pau. (anti facismo entre aspas porque era claro neste momento que eram militantes do PT, PSTU, PSOL etc infiltrados para tentar ganhar a simpatia dos manifestantes quanto a presença das bandeiras partidárias).
Vistas do lado oposto, é possível ver a Rua Xavier de Toledo tomada por pessoas. Esta mesma rua era a via de acesso dos ônibus da PM que vinham trazendo soldados para o massacre que estava por vir e voltavam levando "terroristas" presos com a mais nova arma de destruição em massa, o vinagre.
Na foto acima a vista para o prédio da Prefeitura, neste lado tinha pouca gente, talvez por ser o lado onde se concentrava os soldados da PM. Na foto abaixo pode se ver a grande faixa sendo esticada, era a preparação para iniciar a passeata.

Abaixo vê se os soldados da PM se dirigindo para a Rua Barão de Itapetininga para formar o cordão de isolamento. A passeata já começa a se mover sentido Praça da República.

     Sob vaias os solados avançam, quem fica para trás são curiosos e medrosos que não iriam seguir com o grupo, talvez tenham um sexto sentido apurado e pressentiam o que estava por vir.




Na foto abaixo vemos a escória da policia, as viúvas de Garrastazu Médici, com seu aparato que nunca enfrentou um bandido ou criminoso, a maquina de repressão de ideologias, mantida com dinheiro de nossos impostos usada para manter nossas bocas amordaçadas.

"Que vergonha, que vergonha, que vergonha... Que vergonha, que vergonha deve ser, matar trabalhador pra ter o que comer"
Aqui vão eles orgulhosos, provavelmente o comando já tinha ordens de Alckimin para massacrar o manifesto. A esta altura da história o Prefeito Haddad (responsável pela SPtrans - que cuida dos ônibus),já se dispunha ao dialogo com o MPL, ao contrario do Governador Alckmin (Responsável pela CPTM - trens  - e o METRÔ) que dava entrevista afirmando que não iria voltar atrás de forma alguma.
Neste dia o manifesto saiu do centro da cidade - Teatro Municipal e iria subir a Rua da Consolação até a Avenida Brasil e seguir até o Ibirapuera, mas ao chegar na altura da Praça Roosevelt a Tropa de Choque começou a lançar bombas nos manifestantes. O que se seguiu foi uma série de erros da PM e muita violência contra inocentes.

 As fotos que seguem foram retiradas da internet, as fotos acimas foram tiradas por mim e podem se usadas livremente (CC) não há mais devido a má qualidade do equipamento - um celular de 2MP.
 Manifestante é atacado sistematicamente pelo Choque, mesmo caído sem oferecer ameaça alguma.
 Manifestante agredido por pelo menos 4 PMs
 Momento mais irônico: "PM fecha a Av Paulista para impedir que manifestantes fechem a avenida"
    Esta talvez seja a foto mais emblemática: A Repórter Giuliana Vallone da Folha de São Paulo foi atingida no olho por soldados do choque, ela não teve maiores complicações ao contrário do fotografo Sérgio Silva (foto abaixo), da Futura Press, que também foi atingido no olho mas este não teve recuperação, e para piorar ele já tinha problemas no outro olho e será aposentado por invalidez, segundo afirma sua esposa. (não foi possível encontrar maiores informações sobre este caso).
A partir desses fatos, as ruas se encheram e os protestos se espalharam pelo Brasil, a "Grande Mídia" que até então tachava os protestos como atos de vandalismos passou a condenar a policia e a exaltar os manifestantes - agora não eram mais vagabundo e sim manifestantes - várias cidades conseguiram baixar o preço da passagem: João Pessoa (PB), Recife (PE), Cuiabá (MT), Porto Alegre (RS) Pelotas (RS), Montes Claros (MG) e Foz do Iguaçu (PR). Algum tempo depois São Paulo e Rio de Janeiro teriam também suas reduções.

Fontes:



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