sábado, 17 de agosto de 2013

Protesto MPL (Movimento Passe Livre) Dia 17 de Julho 2013

O 5º ato contra o aumento no preço do transporte público ocorreu numa segunda feira, dia 17 de julho,  convocado pelo MPL. O ponto de encontro era o Largo da Batata, neste evento compareceram 65 mil pessoas segundo estatísticas da policia militar (lembrando que as estatísticas tendiam a diminuir a quantidade real de pessoas).   
Imagem do largo da batata as 17:50h aproximadamente - Foto retirada do site da BBC Brasil



O protesto continua a crescer. Parte do grupo se divide ocupando um trecho da Marginal Pinheiros e outra, segue pela Av. Faria Lima sentido Av Paulista. Horário 17:40 aproximadamente.




 Acesso da Rua Bernardino de Campos - Metro Paraíso bloqueada, rua que dá acesso a Avenida Paulista




 Foto abaixo foi tirada na esquina da Av Paulista com a Alameda Joaquim Eugênio de Lima, ainda há alguns carros circulando, daí pra frente a Paulista está toda tomada por manifestantes


Estação Brigadeiro Faria Lima.



Grupos caminham aleatoriamente pela avenida. Nesta altura dos protesto a Grande Mídia já classificava os manifestante como manifestantes e não como "tudo um bando de vagabundo, vagabundo! esse bando de vagabundo"
O detalhe triste desta história de simpatia da grande mídia é que eles - como sempre - começaram a moldar o perfil dos protesto, que poderiam ser classificado como manifesto e não protesto.
A Grande Mídia manipuladora, tendenciosa, mentirosa e corporativista começou a inflar o sentimento nacionalista no povo, na sua grande maioria jovens que não viram a Ditadura Militar e que carregam em seu passado recente a vergonha de pertencer a geração EMO - Movimento criado pela globo para criar uma geração tapada, pacifista apática e homossexual induzida (héteros que para "estar na moda" passaram a agir como gays). Um prato cheio para a manipulação, pessoas sem opinião própria, sem escola de qualidade ou burgeses que se borram de medo do Socialismo.
A todo momento um grupo começava a cantar essa maldita música: "Sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor.." A extrema direita tinha orgasmos múltiplos ao ver isso. Algumas semanas depois aconteceria no MASP um protesto pedindo a volta dos militares - reuniu 4 pessoas sendo elas 3 velhinhas e um filhinho de papai..
Moradores da Av Paulista demonstram seu apoio colocando bandeiras do Brasil na janela.



Pessoas na sacada acompanham o protesto, todos apoiam mas ninguém teve coragem de sair na rua e se juntar a massa.



"Eí Dilma vai tomar no cú!, Eí Dilma vai tomar no cú!"












Esta foto foi impossível tirar mais nítida, mas quer dizer: "Sou mãe lutando por um futuro mais justo para meus filhos, Sem violência"



MASP lotado (cade esse povo todo agora?)




Julian Assange não foi esquecido, nesta época o Snowden ainda era anônimo (entendeu?)









Um grupo imenso de pessoas se dirigia até a Av Rebouças para tentar se juntar ao grupo que foi para o Palácio dos Bandeirantes. Pessoas nas janelas dos prédios batiam panelas, piscavam as luzes dos apartamentos e estendiam panos pretos nas sacadas em apoio ao grupo.
Aqui já era por volta da onze horas da noite e o cansaço venceu os manifestantes que desistiram de ir até o palácio do governo e retornaram a Paulista - também form recebidos por um grupo de policiais não muito simpáticos no cruzamento da Rebouças com a Av. Brasil.



O Grande Lixo Midiático não foi esquecido.




Rapaz com habilidade de prever o futuro? 



Em 2014 estaremos ferrados, nenhum, se quer um único candidato que valha a pena votar, será os mesmos ratos de sempre. 







"Não é por R$0,20 é por direitos, não a PEC37" Mal sabiam eles o que aconteceria nos próximos dias



Observe que não há nenhuma foto em que se vê a policia, havia cerca de 20 soldados do policiamento ostensivo (esse que a gente vê diariamente nas ruas) apenas observando, a Tropa de Choque não esteve acompanhado os protestos nesse dia. Foi o primeiro ato pacífico.

Dizem que não houve presença do Choque porque toda bala de borracha e gás lacrimogêneo havia sido gasto nos atos do dia 13/06 e o fornecedor não conseguiu repor o estoque da PM

"Que coincidência! Não têm polícia, não tem violência"

No dia 19 de Junho o Prefeito Fernando Haddad e o Governador Geraldo Alckmin anunciariam a redução do preço do transporte público de R$3,20 para R$3,00.

 O protesto convocado pelo MPL para a quarta feira, dia 19, tornou-se um grande carnaval o que deixou grupos que apoiara mo MPL furiosos.

   Havia ainda a PEC37 - (proposta de emenda constitucional) - "a pec da impunidade", PDC 234/11 - (projeto de decreto legislativo) a "cura gay" , prisão dos condenados no caso Mensalão e centenas de milhares de outros problemas.

O MPL conseguiu colocar 150 mil pessoas nas ruas de São Paulo, após a revogação do aumento da passagem eles simplesmente saíram das ruas e largaram o povo, deixando o clima de mudanças esfriar desanimando os manifestantes.
 Denúncias afirmam que o MPL era patrocinado pelo PT, PSOL, PC do B entre outros.

No mesmo dia 19, um grupo que participava dos protestos resolvem fundar um grupo para continuar a protestar percebendo a falta de fidelidade do MPL. Este será um assunto tratado na próxima postagem.








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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Protesto MPL (Movimento Passe Livre) Dia 13 de Julho 2013.



O 4º ato contra o aumento no preço do transporte público ocorreu numa quinta feira, dia 13 de julho,  convocado pelo MPL. O ponto de encontro era o Teatro Municipal de São Paulo. Este ato seria marcado por uma violência extrema por parte da Tropa de Choque. No local da foto abaixo, Praça do Patriarca a Policia Militar já havia detido mais de 20 manifestantes, sendo um deles preso por "Porte ilegal de ... Vinagre". O repórter da revista Carta Capital, Piero Locatell foi conduzido a delegacia para averiguação de uma substancia suspeita. O vinagre é usado para aliviar os efeitos do gás lacrimogêneo. Mas a policia afirma que o liquido pode ser usado na fabricação de bombas. (Sim isso é verdade, misture Vinagre e Bicarbonato de Sódio e veja metade do continente sumir do mapa).
Othon Palace - Praça do Patriarca, local de concentração da PM

   Após o episódio da prisão do repórter, que foi liberado poucas horas depois, os protestos ficaram conhecidos como "V de Vinagre".

  Concentração em frente ao Teatro Municipal, muita gente ia chegando e a Mídia Corporativista buscava rostos bonitos para entrevistar.
"Dilma não queremos suas esmolas, invista em transporte saúde educação e não no bolso de ladrão"
Já eram por volta de sete da noite, o barulho enchia a área ao redor do Teatro Municipal, um ar de revolução talvez,? Foi a primeira vez que ví uma grande maioria de gente da periferia, gente com cartazes sérios e engajada mesmo naquilo, gente que a lente das câmeras da imprensa evita a todo custo. Enquanto o povo gritava "Ei, Datena, tomar-no-cú" (Nesses dias a Mídia ainda nos taxava como vagabundos e vândalos), gritavam ainda  "o povo não é bobo, abaixo a rede globo" e não davam paz aos repórteres que buscavam moldar as entrevista de acordo com os interesses da elite conservadora.
Enquanto os "lideres" do protesto se reuniam para acetar os detalhes finais a multidão ia aumentando.
É provável que houvesse aqui umas 10 mil pessoas, é difícil saber exatamente por que a estatística oficial estava com uma margem de erro de 90% (para menos).
Na foto acima é possível ver algumas bandeiras vermelhas, eram do PT,  mais uma vez aquela ladainha, de um lado os Anti-partidos e de outro os "Anti-facismo" e caras-de-pau. (anti facismo entre aspas porque era claro neste momento que eram militantes do PT, PSTU, PSOL etc infiltrados para tentar ganhar a simpatia dos manifestantes quanto a presença das bandeiras partidárias).
Vistas do lado oposto, é possível ver a Rua Xavier de Toledo tomada por pessoas. Esta mesma rua era a via de acesso dos ônibus da PM que vinham trazendo soldados para o massacre que estava por vir e voltavam levando "terroristas" presos com a mais nova arma de destruição em massa, o vinagre.
Na foto acima a vista para o prédio da Prefeitura, neste lado tinha pouca gente, talvez por ser o lado onde se concentrava os soldados da PM. Na foto abaixo pode se ver a grande faixa sendo esticada, era a preparação para iniciar a passeata.

Abaixo vê se os soldados da PM se dirigindo para a Rua Barão de Itapetininga para formar o cordão de isolamento. A passeata já começa a se mover sentido Praça da República.

     Sob vaias os solados avançam, quem fica para trás são curiosos e medrosos que não iriam seguir com o grupo, talvez tenham um sexto sentido apurado e pressentiam o que estava por vir.




Na foto abaixo vemos a escória da policia, as viúvas de Garrastazu Médici, com seu aparato que nunca enfrentou um bandido ou criminoso, a maquina de repressão de ideologias, mantida com dinheiro de nossos impostos usada para manter nossas bocas amordaçadas.

"Que vergonha, que vergonha, que vergonha... Que vergonha, que vergonha deve ser, matar trabalhador pra ter o que comer"
Aqui vão eles orgulhosos, provavelmente o comando já tinha ordens de Alckimin para massacrar o manifesto. A esta altura da história o Prefeito Haddad (responsável pela SPtrans - que cuida dos ônibus),já se dispunha ao dialogo com o MPL, ao contrario do Governador Alckmin (Responsável pela CPTM - trens  - e o METRÔ) que dava entrevista afirmando que não iria voltar atrás de forma alguma.
Neste dia o manifesto saiu do centro da cidade - Teatro Municipal e iria subir a Rua da Consolação até a Avenida Brasil e seguir até o Ibirapuera, mas ao chegar na altura da Praça Roosevelt a Tropa de Choque começou a lançar bombas nos manifestantes. O que se seguiu foi uma série de erros da PM e muita violência contra inocentes.

 As fotos que seguem foram retiradas da internet, as fotos acimas foram tiradas por mim e podem se usadas livremente (CC) não há mais devido a má qualidade do equipamento - um celular de 2MP.
 Manifestante é atacado sistematicamente pelo Choque, mesmo caído sem oferecer ameaça alguma.
 Manifestante agredido por pelo menos 4 PMs
 Momento mais irônico: "PM fecha a Av Paulista para impedir que manifestantes fechem a avenida"
    Esta talvez seja a foto mais emblemática: A Repórter Giuliana Vallone da Folha de São Paulo foi atingida no olho por soldados do choque, ela não teve maiores complicações ao contrário do fotografo Sérgio Silva (foto abaixo), da Futura Press, que também foi atingido no olho mas este não teve recuperação, e para piorar ele já tinha problemas no outro olho e será aposentado por invalidez, segundo afirma sua esposa. (não foi possível encontrar maiores informações sobre este caso).
A partir desses fatos, as ruas se encheram e os protestos se espalharam pelo Brasil, a "Grande Mídia" que até então tachava os protestos como atos de vandalismos passou a condenar a policia e a exaltar os manifestantes - agora não eram mais vagabundo e sim manifestantes - várias cidades conseguiram baixar o preço da passagem: João Pessoa (PB), Recife (PE), Cuiabá (MT), Porto Alegre (RS) Pelotas (RS), Montes Claros (MG) e Foz do Iguaçu (PR). Algum tempo depois São Paulo e Rio de Janeiro teriam também suas reduções.

Fontes:



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