segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

União ativista contra o embarque de bois vivos no porto de Santos - parte 1

     A continuação do caso do embarque de bois em navios no porto de Santos - SP. Desde o dia 20 de janeiro ativistas de todo o Brasil se mobilizam em torno da questão, quem não pode estar presente ajuda replicando informações nas redes sociais.



     No dia 31 de janeiro o navio Nada deveria partir do porto de Santos levando para a Turquia 25 mil bezerros. Mas ativistas estavam a postos e decididos a não permitir que o embarque acontecesse.   Com a certeza de que os animais estavam sofrendo maus tratos algumas ONG´s tentaram na justiça barrar a atividade, mas os juízes alegavam que não haviam provas dos maus tratos.

 No dia 26/01 a ONG Veddas organiza uma ação que visava barrar a entrada dos caminhões no porto por tempo suficiente para filmar e fotografar as condições de maus tratos e assim conseguir uma liminar parando o embarque.

    O resultado desta ação foram imagens de animais feridos, exaustos, sujos e alguns mortos. Foi o bastante para o desembargador Luis Fernando Nishi emitir uma liminar determinando a proibição do navio zarpar e o desembarque imediato dos animais, decisão esta que não foi cumprida pela empresa  Minerva Foods, responsável pelo embarque.

      Na sexta feira dia 02/02 começa a circular nas redes sociais a suspeita que o navio tentaria partir no sábado de manhã mesmo com 4 liminares proibindo. Imediatamente os ativistas começam a se organizar para ir até o porto.
Por vota da 1h os primeiros ativistas de São Paulo chegaram ao porto em Santos, alguns ativistas já estavam no local, a noite seguiu tranquila. O local onde o navio está atracado tem um trafego intenso de caminhões que atravessa a madrugada além disso a avenida é cortada por uma linha férrea o que fez os ativistas aturarem buzinas, barulhos diversos dos caminhões e uma ensurdecedora campainha que tem a função de avisar os veículos quando algum trem vai cruzar a pista mas que não parava nunca de soar.


     Ao amanhecer jornalistas da Tv Tribuna apareceram para cobrir o evento, recebidos com desconfiança, por ser afiliada da Rede Globo, muita gente se recusou a dar entrevista.

Mesmo assim os ativistas arriscaram de dar a sua versão dos fatos, mesmo sendo ligada a Rede Globo Tv Tribuna se mostrou imparcial no caso ao contrário do Jornal Nacional que fez o seu papel de manipular a opinião pública contra qualquer causa social.



No dia 1 de fevereiro uma veterinária em cumprimento de ordem judicial federal esteve no navio para averiguar as condições dos animais, em seu relatório final pode se constar que o descaso com o bem estar animal é mais do que evidente (confira o relatório na integra aqui). Este relatório seria crucial para a causa mas o resultado só viria mais tarde.
 Enquanto aguardavam o resultado do relatório o numero de ativistas ia crescendo, a grande maioria vinda de São Paulo, a solidariedade foi grande, pessoas ofereceram suas casa para quem quisesse descansar, comida e água foram compartilhada.

     Por volta das 10h, horário em que supostamente o navio pretendia zarpar a vigília já contava com mais de 50 manifestantes da causa animal.


Manifestantes se reúnem para uma foto com o navio ao fundo


Beatriz Silva da Ong Bendita adoção concede entrevista à Rede Record. Basicamente todos os repórteres buscavam a mesma coisa, "o que está acontecendo?". Apesar de dar voz aos ativistas as matérias não publicam a entrevista na integra, o que realmente é importante deixar claro que a Minerva Foods não estava cumprindo as leis básicas de transporte de carga viva, não estava acatando a determinação judicial e que por muito menos qualquer outra pessoas seria presa. Basicamente a Minerva Foods descumpriu 4 ordens judiciais, desrespeitou leis ambientais e não cumpriu em nada as leis de transporte de animais vivos. Advogados da empresa foram até o plantão jurídico tentar liberar o navio, ativista que não foram pra Santos dirigiram-se para a Av Paulista para fazer pressão, advogados de defesa da causa animal levaram toda documentação criada demonstrando que havia sim maus tratos. Mais apreensão tomava conta dos ativistas, seria a juíza honesta, imparcial?

     No fim do dia mais uma liminar em favor dos animais foi emitida, com base no relatório da veterinária a desembargadora Diva Prestes Marcondes Malerbi determinou a manutenção da proibição da partida do navio bem como o desembarque imediato dos animais, decisão essa descumprida novamente pela 5º vez.

    O clima de vitória inundou as redes sociais mas todos tinham consciência que a luta estava longe do fim. O navio não partiu, mais uma liminar emitida no âmbito federal sustentava que os ativistas estavam certos. O dia chega ao fim, a luta ainda não.



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